agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

sexta-feira, julho 04, 2014

festa dionisíaca II

Na postagem anterior o depoimento de Gustavo sobre o Sonoridades Obscênicas chegou num momento que leio Maffesoli e isso promove encontros e diálogos interessantes. Segue mais um trecho no qual o autor fala da festa e Dioniso como algo regenerador:

"Há sempre necessidade de tornar a representar o caos original, trazer à cena a violência fundadora, em resumo, exprimir um prazer nômade que é, sob muitos pontos de vista, regenerador.



É isso mesmo que lembra a metáfora dionisíaca: para que uma sociedade viva ou sobreviva, é necessário que, ao lado da produção ou da reprodução, possa existir alguma coisa de improdutivo. Dioniso é uma figura emblemática que não se preocupa com a ação organizada que é a economia do mundo, nem com a previsibilidade familiar que é a economia sexual. Em resumo, não trata da descendência , do que está por vir. Mas, sendo totalmente indiferente ao poder, que repousa, essencialmente, sob uma ação voltada para o futuro, sobre as coisas e as pessoas, essa atitude tem um inegável potencial, pois dá ênfase à força do presente, à intensidade que é sua, e ao fato de que, esgotando-se no ato, sem preocupação com um resultado futuro, garante, de um modo misterioso, a permanência a longo prazo de um dado conjunto".

( Sobre o Nomadismo - Vagabundagens Pós-Modernas. 2001, p.132).

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